Crítica | O Chamado 2 (2005)



Os mortos não dormem...


Com sucesso nas bilheterias e nas críticas era mais que óbvio que uma sequência seria encomendada e três anos depois chegou aos cinemas O Chamado 2. Todos sabem da maldição que rola quando o assunto são sequências né? Dificilmente conseguem superar os originais, no entanto, tudo em torno dessa segunda parte passava uma credibilidade enorme, mas no final das contas o resultado é muito, muito inferior ao primeiro longa.

A trama se passa seis meses após os eventos do primeiro filme e volta a acompanhar Rachel Keller (Naomi Watts) e seu filho Aidan (David Dorfman) tentando deixar para trás todas as lembranças de Samara (Daveigh Chase) e sua fita de vídeo amaldiçoada, para isso eles se mudam para uma pequena comunidade do litoral no estado de Oregon, porém sua aparente paz é desfeita quando o jovem Jake (Ryan Merriman) morre em circunstâncias misteriosas.


Logo Rachel descobre que a morte do rapaz está relacionada com a fita de vídeo de Samara, que de alguma forma conseguiu encontrar os dois. Não demora muito para ela iniciar um novo ciclo de mortes, mas agora sua intenção vai além de matar, mas para seus objetivos serem concluídos  ela precisará se apossar  do pequeno Aidan.

Apesar da saída de Gore Verbinski da direção os produtores escolheram como substituto Hideo Nakata, diretor do filme original Ringu - O Chamado, logo concluímos que o projeto estava nas mãos certas, correto? Bom, errado, na verdade a direção de Nakata nem é a unica circunstância que afunda o filme, mas ela está longe de chegar à qualidade de Verbinski que sabe construir cenas tensas sem abusar de sustos fáceis. Nakata por outro lado entrega o típico "terrozão" cheio de jumpscare ineficazes, pior ainda, ele abandona completamente a pegada simples do original e investe bastante em efeitos especiais descaracterizando totalmente o que foi construído até então.


O roteiro de Ehren Kruger, que inclusive foi responsável pelo roteiro do primeiro, é inteiramente deslocado, por outro lado ele acerta em trazer de volta Rachel e Aidan, personagens já conhecidos do público, no entanto, todas as situações entregues parecem uma cópia ruim do primeiro filme, a começar pela abertura, que está longe de ter a mesma tensão da abertura do original, e é isso, o roteiro fica o tempo todo explorando lugares comuns ao invés de expandir a mitologia, a única coisa de relevância que a narrativa traz são algumas informações sobre o passado de Samara antes de ser adotada, fora isso não tem nada a ser ressaltado.

E o que dizer do plot de possessão? É muito ridículo e infelizmente se torna o foco da história que abandona em questão de minutos todo o lance da fita e dos sete dias, preferiria ver Samara na sua boa e velha formula, mas enfim, não é isso que acontece. Do elenco só destaco mais uma vez Naomi Watts e David Dorfman. Vale a menção a Simon Baker (Terra dos Mortos) que faz basicamente o mesmo papel do Noah do primeiro filme. Também vale destacar as participações da scream queens Sissy Spacek (Carrie - A Estranha) interpretando Evelyn, mãe biológica de Samara e da queridinha Emily VanCamp (quando ainda não era tão famosa).


Enfim, O Chamado 2 não chega a ser uma tremenda bomba ou algo difícil de suportar, mas convenhamos que se comparado com o primeiro que é excelente esse ficaria no "chinelo". O roteiro é ruim o suficiente para transformar uma história tão interessante em algo chato, a direção também pouco ajuda e Nakata entrega apenas os insuportáveis jumpscares. Definitivamente Samara Morgan não estava na sua melhor forma.


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Título Original: The Ring Two

Ano de Lançamento: 2005

Direção: Hideo Nakata

Elenco: Naomi Watts, Simon Baker, David Dorfman, Elizabeth Perkins, Gary Cole, Sissy Spacek, Ryan Merriman, Emily VanCamp, Kelly Overton, Daveigh Chase, Mary Elizabeth Winstead.

Trailer:






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