Crítica | Turbo Kid (2015)



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Ainda no tema pós-apocalipse não causado por zumbis temos outra produção independente que chamou bastante a atenção em 2015 nos festivais em que foi exibido, indo totalmente contra a pegada dramática de 24 horas para Sobreviver (Crítica) Turbo Kid apresenta uma trama deliciosamente absurda e propositalmente tosca o que acaba sendo um dos maiores acertos da película.

Na trama conhecemos O Garoto (Munro Chambers)  um dos poucos sobrevivente depois que o planeta foi completamente destruído pelas guerras, com poucos recurso naturais ele se vê obrigado a procurar objetos úteis em um lixão a fim de trocar por comida e água. Um dos seus poucos passatempo é ler as histórias em quadrinhos do seu herói favorito Turbo Rider. Certo dia em uma de suas buscas no lixão ele conhece Apple (Laurence Leboeuf) um doce e ingênua garota.


Não demora muito para os dois se aproximarem, entretanto, Apple é sequestra pelos capangas de Zeus (Michael Ironside) um tirano que se diz líder de Westland, desesperado O Garoto vai ao resgate da moça e na sua jornada ele encontra Frederic (Aaron Jeffery), um Cowboy metido a herói que o ajudará a acabar de uma vez por todas com as maldades de Zeus.

O grande diferencial de Turbo Kid é sua estética oitentista, desde figurinos, objetos e a própria trilha sonora repleto de sintetizadores bem característico dessa década, transformam a produção em um deleite nostálgico. Já na abertura podemos perceber essa "pegada", o mais genial é que até nos efeitos sonoros e efeitos especiais lembram filmes da época.


O roteiro assinado por três mãos que curiosamente são os responsáveis pela direção investem em uma trama aventuresca que até poderia lembrar aqueles clássicos da Sessão da Tarde, se não houvesse um alto teor violento e diversas cenas bizarras de mortes das mais variadas e inimagináveis possíveis. Os diretores abusam ao extremo de cenas chocantes, é literalmente baldes e baldes de sangue, para quem gosta de gore, tripas e sangue não vai se decepcionar. Chega a ser escroto algumas sequências devido a tamanha falta de senso dos envolvidos.

O elenco é bem aceitável, não curti muito o protagonista, que para mim não chega a ser tão carismático, nem os dramas do personagem ajudam, prefiro muito mais a Apple cuja personagem é bem mais interessante principalmente depois da reviravolta em torno dela, que é bem maluca e muito anos 80. De resto, o cowboy, o vilão e os capangas não poderiam ser mais caricatos, mas neste caso é aceitável e provavelmente a intenção. 


As motivações do antagonista são até interessantes e bem críveis, a máquina de fazer água e os ingredientes necessários para isso é doideira pura!! Por outro lado a ligação entre o protagonista e o vilão é meio forçado e explorado porcamente, talvez um dos pontos mais fracos da história. A conclusão claramente abre portas para uma sequência que já está em fase de pré-produção.

Numa analise geral Turbo Kid é um filme estranhamente bom, sua grande façanha e maior acerto é prestar uma homenagem as produções dos anos 80, a trilha sonora é divina, as cenas de violência são grotescas, no bom sentido, e o melhor sem CGI, tudo feito com os bons e velhos efeitos práticos. Não chega a ser um filme perfeito, mas é extremamente engraçado. Já vale a pena só pela sensação de nostalgia que sentimos logo na primeira cena. Recomendado.


Ps: Existe um curta-metragem, mostrando o passado da personagem Apple antes dos acontecimentos do filme. O vídeo tem quase nove minutos e não tem legendas.


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Título Original: Turbo Kid

Ano de Lançamento: 2015

Direção: François Simard, Anouk Whissell e Yoann-Karl Whissell.

Elenco: Munro Chambers, Laurence Leboeuf, Michael Ironside, Edwin Wright, Aaron Jeffery, Romano Orzari.

Trailer:


Curta-Metragem: No Tomorrow - A Turbo Kid Tale



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