Crítica | O Perigo Bate à Porta (2016)



Quando a noite cair...Os lobos caçarão...


Pior que estar diante de um filme de terror é saber que os eventos ali mostrados de alguma forma aconteceram na vida real. O Perigo Bate à Porta aborda justamente um dos casos de assassinatos mais famosos da história americana. De um lado está Sharon Tate, que na época era uma atriz em alta em hollywood e ainda estava grávida de oito meses e do outro a Família Manson, um bando de seguidores malucos do fanático Charles Manson, que resolvem invadir a casa da atriz na Califórnia no finalzinho da década de sessenta onde ela estava reunida com mais três amigos e acabam sofrendo nas mãos desses psicopatas lunáticos.

Fora o fato de ser inspirada em fatos reais, a produção se comporta como um típico home invasion, e isso nem é algo negativo, o problema é que a trama cheia de potencial acaba ficando apenas no básico, o que de certa forma deixa uma ar de decepção e apesar de em alguns  bons momentos de pura tensão e agonia, o roteiro desperdiça o excelente material que tinha nas mãos. Com relação aos antagonistas, nada é explicado ou falado dentro da história, eles apenas estão lá para matar todos na casa, porém, é exibido um pequeno documentário após o filme explicando os fatos que levaram aquelas pessoas a fazerem tamanha atrocidade.


Dentre os pontos positivos destaco toda a construção de época, desde de cenários, figurinos e até a trilha sonora que deixam um clima de nostalgia e que num todo dão um charme especial a narrativa. Outro ponto forte é o elenco, confesso que só resolvi assistir o filme por causa de Katie Cassidy (Natal Negro, A Hora do Pesadelo) que sou muito fã e que estava fora do gênero há um bom tempo. Sua performance é incrível principalmente quando o jogo de gato e rato começa, onde é impossível não se comover com o desespero da personagem em querer proteger seu filho. Elizabeth Henstridge (Agents of S.H.I.E.L.D) também está incrível na pele de melhor amiga de Sharon, sua relação de amizade com ela é bem construída e convence justamente pela química entre as atrizes.

O diretor John R. Leonetti, responsável pelo mediano Annabelle, entrega um filme enxuto, sem muitas enrolações que vai direto ao ponto, isso devido a sua curtíssima duração, felizmente, ele consegue criar um bom clima de suspense que prende o espectador até o final. Porém, um dos maiores erros acaba sendo o seu terceiro ato apressado, na verdade, apressando não, inexistente, simplesmente não há uma finalização decente da história. Somos preparados durante o filme todo para algo maior, só que quando o "algo maior" está prestes a acontecer os créditos começam a subir, o que acaba gerando um grande sentimento de raiva.


No geral, O Perigo Bate à Porta serve como um bom entretenimento passageiro, é um filme que tinha potencial para algo realmente impactante e emocionante, no entanto, sua curta duração, direção apressada e a ausência de um terceiro ato, o torna um tanto broxante, fora esses pontos negativos a produção num todo agradará os menos exigentes e quem estiver apenas procurando por diversão.


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Titulo Original: Wolves at the Door

Ano de Lançamento: 2016

Direção: John R. Leonetti

Elenco: Katie Cassidy, Elizabeth Henstridge, Adam Campbell, Miles Fisher, Chris Mulkey, Jane Kaczmarek, Spencer Daniels, Lucas Adams, Eric Ladin, Arlen Escarpeta.

Trailer:


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