Crítica | Um Monstro no Caminho (2016)



Fique na luz...


Escrito e dirigido por Bryan Bertino, o responsável pelo ótimo home invasion Os Estranhos (2008) e pelo péssimo  thriller Mockingbird (2016), Um Monstro no Caminho conta a história de Kathy (Zoe Kazan) e de sua filha Lizzy (Ella Ballentine) que durante uma viagem à noite acabam sofrendo um acidente de carro no meio de uma estrada deserta, desesperadas Kathy aciona o resgate para ajudá-las, no entanto, a espera se torna um verdadeiro pesadelo quando elas percebem que há algo maligno escondido na floresta esperando o momento certo para atacar.

Para quem acompanha o gênero de terror já deve ter percebido que atualmente há uma tendência por parte dos roteiristas de contar histórias essencialmente dramáticas maquiadas por cenários típicos de filmes de terror, posso citar como exemplos os ótimos O Babadook (2014), Sob a sombra (2016) e Corrente do Mal (2014) que trabalham com metáforas como uma forma de mostrar a verdadeira mensagem da narrativa, geralmente esse tipo de abordagem apresenta uma carga dramática acentuada e uma condução mais intimista e arrastada e isso acaba não agrandado muitos cinéfilos. Apesar de fugir um pouco desse padrão Um Monstro no Caminho é basicamente esse tipo de abordagem, ou seja, é um prato cheio para quem gosta do estilo, caso contrário nem precisa se arriscar.



Na época de seu lançamento em festivais houve todo um "auê" da qualidade da produção, e mais uma vez não pude deixar de ficar com as expectativas lá em cima, no entanto, depois de conferi-lo é impossível não demonstrar um gostinho de desapontamento. A película nem chega a ser ruim mas também não é grandes coisas. O ponto forte da narrativa é todo o seu lado dramático centrado na relação conturba entre uma mãe negligente e alcoólatra com sua doce filha que se viu obrigada a amadurecer precocemente como uma forma de autopreservação.

É nessa relação de amor e ódio que boa parte da trama se sustenta, utilizando por vezes até de flashback para dar maior aprofundamento as personagens, toda essa carga dramática é acentuada pelo ótimo trabalho das protagonistas que se saem bem nos seus respectivos papéis, destaque para a química bacana entre as atrizes. O clima tenso é outro acerto da produção, o diretor consegue criar uma atmosfera angustiante e misteriosa, a sensação de perigo invade a tela quando a câmera foca na floresta escura nos hipnotizando a olhar esperando pelo pior, até ai o diretor acerta por manter a criatura apenas nas nossas imaginações nos obrigando a criar o que a de pior.



Já quando o monstro resolve aparecer por completo não tem como não se decepcionar, não é que seja ruim, porém esperava bem mais. Pelo menos no que se refere a maquiagem e o design tudo está ok, contudo, o que acaba incomodando bastante são as diversas atitudes estúpidas das personagens em especial uma que acaba sendo totalmente em vão (!) gerando um enorme sentimento de raiva.

No final da projeção muitos enxergarão a produção apenas como um filme de terror bobinho com forte apelo dramático, já outros o verão como uma metáfora da relação entre uma mãe ruim e aparentemente monstruosa com a filha que nutre uma relação de amor e ódio pela mãe mas que no final das contas só espera ser amada por ela. Enfim, se o filme vale ou não a pena isso dependerá de sua visão da narrativa, no mas, fica a dica. 



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Título Original: The Monster

Ano de Lançamento: 2016

Direção: Bryan Bertino

Elenco: Zoe Kazan, Ella Ballentine, Aaron Douglas, Christine Ebadi, Marc Hickox, Scott Speedman.


Trailer:



Comentários

  1. Ella Ballantine sempre se ferra nos filmes, nesse, O Monstro no Caminho e no outro: Marcando Territorio onde ela presencia um assassino de aluguel executando suas vitimas e é perseguida por ele.

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  2. Na minha opnião foi um bom filme, que passou sua mensagem, muitos já criticaram o filme por não explicar a origem da criatura. Mas isso a deixou mais assustadora pois o ser humano teme aquilo que não conhece e, se, a origem do monstro fosse explicada, talvez isso tirasse o brilho dele na trama. Além do mais o filme passa muito bem a mensagem que diz naquela canção de ninar que diz no início do filme: "Os monstros existem, e estão lá."

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