Crítica | Banquete no Inferno 2 - Segundos Repulsivos (2008)



Eles estão de volta... E ainda estão com fome...





Como havia falado, Banquete no Inferno (Crítica) ganhou duas sequências que foram filmadas de uma só vez, num projeto da Dimension intitulada Dimension Extreme.  Só recentemente tive a oportunidade de conferir e apesar de estar com o hype controlado não posso deixar de falar que foi uma grande decepção.  Banquete no Inferno 2 - Segundos Repulsivos simplesmente vai na contramão de tudo o que tornou o primeiro filme ótimo e acaba entregando uma sequência inferior em todos os sentidos e desperdiçando uma trama até então violenta e repleta de humor negro.

A história começa exatamente no momento em que o filme anterior parou, mostrando o trio de sobreviventes fugindo do bar todo destruído. Paralelo a isso somos apresentados a motoqueira gótica Biker Queen (Diane Ayala Goldner) que vai ao local procurar sua irmã gêmea Harley Mom (Diane Ayala Goldner) e logo ela descobre que a irmã foi morta. Entre os escombros ela encontra Bartender (Clu Gulager), que sobreviveu milagrosamente depois de ter a garganta estraçalhada por uma das criaturas no filme anterior (!!!!!). Biker Queen então tortura o coitado que acaba contando que Bozo foi o responsável pela morte da irmã.



Cega pela vingança e destinada a fazer o responsável pagar pelo que fez a irmã, ela e sua gangue de garotas gostosas vão para uma pequena e pacata cidade próxima ao bar. Chegando lá elas se deparam com um cenário caótico e de destruição e descobrem que as criaturas sanguinárias atacaram o local e mataram a maioria dos habitantes. A gangue então se une com um grupo de sobreviventes que está tentando achar uma forma de chegar até a delegacia, que acreditam ser o lugar mais seguro da cidade, mas como fazer isso com um monte de criaturas ferozes e famintas escondidas por toda cidade?!!

Acredito que o sucesso subiu à cabeça dos roteiristas e do diretor, não consigo acreditar o tanto que eles conseguiram cagar nessa sequência. Pior que os roteiristas e o diretor são os mesmos, então não têm lógica e muito menos desculpas. Sim! A falta de noção do enredo continua, no entanto, parece que eles resolveram superar e exageraram bastante em algumas cenas, tornando o que em regra deveria ser trash e engraçado em algo completamente ruim e de um mal gosto insuportável. Dentre as diversas sequências escrotas, devo ressaltar aquela nojeira gratuita envolvendo uma autopsia em um dos monstros, tipo!! Precisava daquilo tudo? Nem graça consegui sentir, enfim... Pior que essa só aquela babaquice envolvendo o resgate de um bebê, totalmente desnecessário e definitivamente um dos piores momentos do filme, ridículo!! Tentaram pegar o público de surpresa como fizeram no filme anterior, mas o resultado é uma catástrofe.



Apesar dos personagens no filme anterior terem um desenvolvimento pobre todos concordam que isso é superado pelo carisma que todos possuíam, contudo, nessa parte dois ainda não existe um traço de desenvolvimento nos personagens e para desgraçar tudo a maioria não consegue ter um terço do carisma dos personagens do primeiro filme, ou seja, queremos é que todos se danem e morram o mais rápido possível, o problema é que o roteiro tem a brilhante ideia de manter praticamente o elenco inteiro vivo. É isso mesmo que vocês ouviram, a grande maioria dos personagens sai completamente ilesos. Minha teoria pra isso é que como eles filmaram a parte 2 e parte 3 ao mesmo tempo o diretor resolveu "poupar" os personagens para a próxima sequência, às vezes por falta de verba ou qualquer coisa parecida. Ocorre que esperamos quase o filme inteiro para ver mortes e nada acontece, exceto no finalzinho do terceiro ato onde há uma certa redenção. Mas no geral é um verdadeiro soco no estômago.

Por outro lado, devo elogiar o fato deles terem trago alguns personagens do primeiro filme, o trio de sobrevivente que foge de carro no final não aparece, mas temos o retorno do velho Bertender e da Honey Pie (Jenny Wade) a loira burra e gostosa que escapa no caminhão deixando todos os outros para traz, o encontro dos dois personagens é hilária e rende um grande acerto de contas. Além deles a atriz Diane Ayala Goldner retorna na pele de uma irmã gêmea, mas é basicamente a mesma personagem. Já em relação aos novos "presuntos" nenhum se destaca, sendo totalmente dispensáveis. Quanto aos monstros temos outro problema, tipo!! os eventos do primeiro filme aconteciam de noite e os monstros ficavam encobertos por uma espécie de pele, então os defeitos na caracterização eram pouco visíveis, já aqui a história se passa inteiramente de dia então em vários momentos fica claro que os monstros são pessoas fantasiadas, o que acaba tirando um pouco da credibilidade e da qualidade que nessa sequência já não estava lá essas coisas, mas enfim... Mais uma vez não é falado nada sobre as origens dos monstros ou qualquer novidade a respeitos deles, a não ser aquela questão do som estridente, que seria uma forma de comunicação entre os monstros e lance do "olho interno" que ainda não saquei a utilidade.



A direção de John Gulager também não ajuda muito, o cara cai bastante na qualidade e entrega um filme esteticamente ruim, e isso inclui a fotografia, a trilha sonora, a edição porca e até nos movimentos de câmeras que estão péssimos. O diretor também em algumas cenas usa bastantes efeitos computadorizados, nem preciso dizer que são desnecessários e o resultado é um lixo, a cena do carro voando é de uma ruindade extrema. Em vez de investir numa comédia ácida o diretor joga tudo para o alto e entrega a típica comédia "pastelona" com situações forçadas e sem qualquer graça. Pelo menos no que se refere aos efeitos práticos a produção ainda acerta bastante, as poucas mortes que acontecem são bem feitas, dentre elas destaco a lenta morte da vovó, coitada essa sofreu que nem o Beer Guy do filme anterior. 

No geral, Banquete no Inferno 2 - Segundos Repulsivos não consegue a façanha de superar o original. Os envolvidos infelizmente cometem o grande erro de abandonar tudo que fez o primeiro filme ser tão elogiado. Não há surpresas ou novidades, a trama segue uma linha chata e esquece de brincar com os clichês, os personagens são insuportáveis e dispensáveis. Para piorar há várias sequências medíocres e desnecessárias que criam mais um sentimento de repúdio do que de diversão. O humor é bem ruim e mal utilizado, diferente do original que abusava de sacadas geniais, enfim, nem nas mortes, que aliás, são bem poucas a produção se sustenta. Mediocridade define essa sequência.



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Título Original: Feast II - Sloppy Seconds

Ano de Lançamento: 2008

Direção: John Gulager

Elenco: Jenny Wade, Martin Klebba, Clu Gulager, Diane Ayala Goldner, Katie Supple Callais, Chelsea Richads, Melissa Red, Amy McGee Harrell, Cassie Shea Watson, William Prael, Carl Anthony Payne, Johanna Putnam, Tom Gulager.


Trailer:



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