Crítica | Rota da Morte (2003)

 



Leia os sinais...


"Atalho" é um dos termos mais clichês presente em qualquer filme de terror, sempre, sempre tem aquela bendita alma que tem a ideia "brilhante" de pegar um atalho para chegar mais rápido ao destino (morte no caso né!). Atalhos nunca te levam para um bom lugar (NUNCA!), então pensem duas, três ou talvez milhões de vezes antes de desviar do caminho, pois muitas vezes o barato sai caro. E por qual motivo iniciei essa resenha com tal explanação? Ah! Desabafo, talvez falta do que falar ou mesmo por ter certa relação com a trama desse e de diversos outro filmes, enfim...seguimos em frente (ou melhor pegar um atalho?)  Rsrsrs...

Em  Rota da Morte a trama é centrada nos Harrigton que na véspera de natal decidem viajar para passar o feriado com os familiares. Entre conversas, insultos e desentendimentos  o patriarca da família decide desviar do trajeto rotineiro que sempre seguia e acaba pegando no sono culminando com um quase acidente na estrada. Para deixar a situação ainda mais tensa eles se deparam com uma mulher toda de branco aparentemente perdida na estrada e ainda carregando um bebê. Decididos a ajudarem a moça os Harrigton procuram ajuda numa cabana, contudo, a noite lhes reservam situações bizarras e muitos mistérios a serem desvendados.


Não tem como aprofundar muito na trama do filme, uma vez que, posso acabar entrando na sagrada terra dos spoilers, e revelar qualquer informação da narrativa tiraria por completo qualquer impacto almejado pelos seus realizadores. Confesso que assisti esse filme sem qualquer informação, porém, não fui pego de surpresa quanto ao plot twist, muito pelo contrário, já deu para sacar logo no início da história os possíveis finais (talvez pela minha bagagem no gênero e por ter visto outras produções semelhantes), mas em hipótese nenhuma tira o mérito do roteiro escrito lá em 2003.

O roteiro em si é cheio de situações bizarras o que ao meu ver tira um pouco da seriedade da história. Não que isso seja um problema, mas ora estamos diante de uma cena dramática, ora uma cena mais tensa e do nada estamos diante de situações que beiram ao ridículo trazendo certo humor negro que soa um tanto deslocado da narrativa em geral, dando a entender que tudo é possível dentro desse contexto e deixando o espectador mais perdido do que nunca. Claro que no final das contas existem  explicações plausíveis (se é que pode chamar assim) mas esperar até o final por respostas por vezes se torna um tanto maçante.


Os personagens na sua maioria são carismáticos, com exceção do filho mais novo Richard (Mick Cain) insuportavelmente chato. Destaco também a presença de Lin Shaye que dispensa apresentações e de Alexandra Holden (Adorável Molly). Uma das coisas mais interessantes é justamente a relação entre a família, cada membro tem seus próprios dramas e segredos que vão sendo revelados no decorrer da premissa o que ajuda muito na criação de camadas dos personagens e consequentemente gerando uma empatia por parte do público. Quanto aos cenários e a direção tudo está ok, por ser uma produção mais antiga e com claras limitações de orçamento não dá para ser exigente, mas tudo é entregue com qualidade.

Resumindo, Rota da Morte é um bom filme, talvez assisti-lo em sua época de lançamento o impacto com toda certeza seria outro, mas o roteiro tem seus méritos e tem sim uma conclusão interessante que poderá pegar muitos de surpresa. Talvez o fato de misturar vários gênero dentro da narrativa tenha sido seu erro mas a produção merece sim ser vista pelos admiradores do gênero. Recomendo.




Título Original: Dead End

Ano de Lançamento: 2003

Direção: Jean-Baptiste Andrea e Fabrice Canepa

Elenco: Ray Wise, Lin Shaye, Mick Cain, Alexandra Holden, William Rosenfeld, Amber Simith.


Trailer:




Comentários