Crítica | O Chamado 3 (2017)



O mal renasce..


Depois da péssima recepção de crítica do segundo filme parece que os produtores se tocaram e resolveram engavetar qualquer tipo de sequência planejada, mas no final das contas estamos falando de Hollywood, o lugar onde nada é esquecido para sempre, não demorou muito para se falar em um novo projeto. Depois de alguns rumores finalmente começaram a sair notícias sobre a sequência que inicialmente foi planejada para ser lançado nos cinemas em 2015, porém depois de sucessivos adiamentos O Chamado 3 só veio a estrear em fevereiro de 2017.

A história foca na jovem Julia (Matilda Anna Ingrid Lutz) e seu namorado universitário Holt (Alex Roe) que desaparece por alguns dias sem dar qualquer notícia para Júlia. Preocupada a moça vai até a faculdade para procurar respostas e acaba descobrindo que seu namorado está com os dias contados por causa da maldição do vídeo de Samara Morgan. Júlia então descobre que único modo da maldição encerrar é assistindo uma cópia do vídeo feito pelo namorado, sem pensar ela assiste. Agora a garota deverá achar uma forma de sobreviver a maldição de Samara e ainda desvendar os mistérios das visões que estão a pertubando.


Bom, são quinze anos desde que O Chamado 2 foi lançado nos cinemas, então era mais que óbvio que os produtores fossem fazer um filme para apresentar para essa nova geração e tentar ao mesmo tempo agradar os fãs do original, pois bem, essa segunda parte ficou só no tentar mesmo. Depois de tanto tempo de espera não têm como ficar com um gostinho de decepção. Nem acho que o filme seja tão ruim como se vem falando, mas tenho que concordar que muita coisa ficou a desejar.

A história já abre com a típica cena de abertura em que vemos alguns jovens falado da maldição e logo descobrimos que um deles está preste a morrer, o diferencial aqui é que essa sequência se passa dentro de um avião(!!) dá hora né?!! Só que não!! A cena é quase boa e ganha pontos pela novidade, mas é bem genérica e o diretor não soube aproveitar todo o potencial dela. O roteiro até tenta no início expandir a mitologia trazendo uma espécie de estudo por trás da maldição e ainda explorado todo o lance da tecnologia e a facilidade da maldição se espalhar nessa nova era, no entanto tudo isso é abandonado e deixado para escanteio rapidamente e depois da ótima cena envolvendo a personagem Skye (Aimee Teegarden) a história cai no marasmo.


Mais uma vez somos obrigados a acompanhar um plot de investigação sobre o passado de Samara, só que dessa vez focado nos genitores da garota. Confesso que essa investigação apesar de ser totalmente chata quando comparada com a do original, ela traz informações interessantes sobre a mãe Evelyn (Kayli Carter) e sobre o pai de Samara, no entanto, algumas das informações  deixam furos com o que foi apresentado nos filmes anteriores especialmente no segundo.

Os personagens são bem triviais, confesso que não gostei de nenhum deles, só da Skye. O casal principal é tão sem graça que fica difícil digerir os seus pseudos dramas e além de não terem o mesmo carisma de Naomi Watts, que aliás em nenhum momento é mencionada, nem seu filho. O professor especialista na maldição também é outro personagem extremamente caricato cujo destino é tão obvio que nem choca. Também preciso mencionar a participação e o sub aproveitamento do ótimo Vincent D'Onofiro (que cargas d'àgua ele está fazendo aqui?) de quem sou muito fã.


O diretor F. Javier Gutiérrez não entrega um trabalho tão ruim, o problema maior é o roteiro escrito por várias mãos que tenta ao mesmo tempo reciclar o que já foi mostrado e expandir sem sucesso a mitologia. No final das contas o filme é um amontoado de sustos rápidos, cuja trama oscila entre um drama genérico e suspense super básico. O final ainda tem a prepotência de jogar um plot twist que flerta bastante com a trama do segundo filme e escancara as portas para uma futura sequência, que dificilmente vai acontecer devido a péssima recepção.

Enfim, O Chamado 3 não chega ser totalmente uma bomba, mas está longe de ser ótimo. Realmente o filme é decepcionante e entrega aquilo que as produções do tema têm a oferecer ultimamente, sustos genéricos e uma trama moldada na atual fórmula pré-estabelecida no subgênero. Ao menos o roteiro respeita a mitologia, mesmo deixando alguns furos e de certa forma trás novidades e expande até certo ponto o legado de Samara.



Título Original: Rings
Ano de Lançamento: 2017
Direção: F. Javier Gutiérrez
Elenco: Matilda Anna Ingrid Lutz, Alex Roe, Johnny Galecki, Vincent D'Onofrio, Aimee Teegarden, Bonnie Morgan, Chuck David Willis, Patrick R. Walker, Zack Roerig, Lizzie Brocheré.

Trailer:


Comentários

  1. Eu curti a ideia desse filme mas a execução foi péssima, super genérica, uma reciclagem dos outros dois filmes. Fiquei bem puto com o furo no roteiro, até por que achei desnecessário voltar novamente a investigar os pais da Samara, essa decisão foi muito precipitada. Esse filme poderia ter trazido algo novo mas foi uma decepção.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Concordo com tudo. Péssimas decisões que tornaram esse filme decepcionante.

      Excluir

Postar um comentário