Crítica | Blackwood (2014)



Você não pode escapar do destino...

Uma família procurando um recomeço, um casarão abandonado no meio do nada e ainda rodeado por um bosque dos mais sinistros e uma história macabra envolvendo o local. Já viram isso em algum lugar?! Pois é! "Super original", no entanto, Blackwood apesar de todas as suas falhas consegue trazer alguma novidade a esse tema desgastado.

A história é centrada em Ben Marshall (Ed Stoppard), um professor universitário recém-recuperado de um colapso emocional que resolve mudar para a Mansão Blackwood juntamente com sua esposa Rachel (Sophia Myles) e seu filho Harry (Issac Andrews), todavia, o que era para ser o início de uma nova vida vira um pesadelo quando Ben começa a ter visões estranhas no local.  Decidido a entender o que está acontecendo ele investiga a história da mansão e acaba descobrindo que o local foi palco de um possível assassinato e que o responsável pode ser o homem que está rondando sua casa. Agora, Ben terá que juntar todas as peças desse quebra-cabeça antes que algo de ruim aconteça.




A premissa dessa produção é daquele tipo que vai sendo construída mas só entendemos no final o que de fato está acontecendo. E digo que é isso a grande jogada de Blackwood, ele nos prepara para um final, que deixa a cara lá no chão e nos faz rever tudo que acabamos de assistir, no entanto, apesar de uma conclusão muito boa não posso deixar de falar que a caminhada até lá seja um tanto tediosa e chata de acompanhar.

O primeiro grande problema é o protagonista. Cara!! Que personagem insuportável e difícil de engolir, isso não é reflexo do desenvolvimento dele, que curiosamente é muito bom, no entanto achei Ben um nojo e essa falta de empatia, que talvez seja culpa do ator Ed Stoppard, impossibilita qualquer conexão com ele e com seus atos. Já Rachel, não poderia ser mais sonsa e imprestável, nem na função mais básica de cuidar de um filho ela serve, contudo a personagem ganha um destaque maior no final e consegue se redimir.




Além de personagens insuportáveis, a própria narrativa é chatinha, justamente por explorar aparentemente aquela trama básica de casa mal assombrada, com direito a todos os clichês possíveis, claro, o final levanta a qualidade da produção, mas os envolvidos deveriam ter se preocupado um pouco mais com o primeiro e segundo ato. Como se não bastasse ainda tem algumas subtramas desnecessárias que só nos fazem ficar com mais tédio.

Por outro lado, as ambientações são um espetáculo a parte, a mansão é digna de filmes de terror, tem todo um aspecto gótico e perfeito para esse tipo de trama, os bosques também são sinistramente lindos e isso aliado a uma fotografia que abusa de cores frias nos entrega um entrosamento perfeito com o clima da narrativa e com as paisagens.




No final das contas, Blackwood consegue sim surpreender com uma conclusão excelente. Faltaram sustos, uma trama mais dinâmica e personagens legais, mas acredito que irá agradar muitos cinéfilos. Só digo que em 2015 lançaram um filme exatamente com essa mesma premissa, claro, com algumas diferenças,  mas enfim, nem vou falar o nome pra não estragar experiência.



Título Original: Blackwood

Ano de Lançamento: 2014

Direção: Adam Wimpenny

Elenco: Ed Stouppard, Sophia Myles, Russell Tovey, Isaac Andrews, Paul Kaye, Greg Wise, Joanna Vanderham.


Trailer:


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