Crítica | Fitas Macabras (2017)



Enfrente o desconhecido...


Antologias não é exatamente um subgênero amado pelos fãs de terror, não é todo mundo que gosta desse estilo e até entendo. Não sou muito fã, mas sempre que posso confiro uma ou outra produção. Dentre elas gosto muito de Contos do Dia das Bruxas, pra mim o melhor de todos, mas também devo citar a trilogia V/H/S, Southbound, A Christmas Horror Story, Contos da Meia-Noite e Holidays. Aqui no blog por agora darei atenção aos dois filmes do estilo lançados recentemente, XX e Fitas Macabras, sendo o segundo o foco dessa crítica.

Pois bem, como não poderia deixar de ser, o longa  nos entrega quatro contos distintos entre si. Muitos chegaram acusar a produção de ser uma cópia barata de V/H/S e na verdade, a semelhança entre os dois é gritante, principalmente por The Dark Tapes utilizar gravações em primeira pessoa para narrar seus contos, a única diferença é que V/H/S consegue ser levemente superior a essa bomba.


O primeiro segmento intitulado To Catch a Demon traz o cientista Dr. Martin (David Rountree) e sua assistente Nicole (Cortney Palm) preparando um local que será palco de um experimento. O objetivo de ambos é tentar acessar o espaço tempo dos espíritos através do sono. Porém eles logo percebem que nem tudo pode ter acesso sem que tenha consequências.

Talvez a forma com que esse conto foi colocado no filme seja o responsável por torna a produção um tanto tediosa. Os diretores cometem o terrível erro de dividi-lo em partes, ou seja, a trama vai e vem entre um conto e outro. O mais engraçado é que de todos os segmentos este seja o pior, nada nele é empolgante ou minimamente interessante. Quando as coisas começam a dar sinal qualidade, os diretores encerram a cena para só dar prosseguimento lá pra frente. Enfim, a história em si termina do mesmo jeito que começou, sem graça e ruim.


O segundo segmento The Hunters & The Hunted nos mostra o casal David (Stephen Zimpel) e Karen (Shawn Lockie) conhecendo a nova casa. Depois de alguns dias, eles percebem barulhos estranhos como passos e portas batendo. Logo eles creem que a casa pode estar sendo alvo de alguma entidade sobrenatural, então decidem solucionar o problema chamando três caçadores de fantasmas. Chegando lá, a equipe faz os testes que comprovam que de fato o local está sendo assombrando, mas eles descobrirão que nem tudo é o que parece ser.

Aqui temos a típica história de casa mal assombrada, o engraçado é que em vários momentos ele nos lembra de Atividade Parnormal, mas não se enganem esse é de longe a melhor história do filme, principalmente pelo plot twist do final, que nos deixa com a cara no chão. 


No terceiro conto Cam Girls conhecemos as jovem Caitlin (Emilia Ares Zoryan) e sua namorada Sindy (Anna Rose Moore) que para ganharem dinheiro as duas fazem show erótico através da WebCam. Em uma de suas apresentações Sindy escolhe um sortudo para receber uma performance especial de Caitlin. Entretanto, nem sempre sorte é sinônimo de coisa boa.

Inicialmente a história foca na interação dos personagens pela WebCam, algumas informações que acreditamos ser desnecessárias vão preparando o terreno para um final louco, porém engraçado e interessante. O problema desse conto é que quando as coisas começam a ficar boas ele acaba.


Por fim, Amanda's Revenge é o último segmento, nele conhecemos Amanda (Brittany Underwood), uma jovem que fica traumatizada após ser quase abusada em uma festa. Após o ocorrido ela nunca mais foi a mesma e passa acreditar que está sendo perseguida por alguma coisa. Cansada de correr ela decide planejar uma vingança com a ajuda de seu melhor amigo Ryan (Jake O'Connor) para por um fim de vez no seu tormento.

A grande jogada dessa passagem é esconder o que de fato ela é. Não é apenas uma trama comum de vingança que o roteiro nos leva a acreditar, mais que isso a trama vai além do lugar comum, a revelação em si é genial, no entanto, a tal vingança é tão fraca e sem emoção que torna o final broxante e decepcionante. Os vilões também deixam aquele gostinho de ridículo, pena que não souberam aproveitar o potencial da narrativa.


Enfim, a grande questão de antologias é que na maioria dos casos apenas um ou outro conto consegue entregar algo de qualidade, no caso de The Dark Tapes apenas um seguimento entrega uma história realmente boa, de resto só fica as boas intenções.  No geral, os segmentos até conseguem transmitir histórias bases interessantes, mas quase todas desperdiçam o seu potencial, com uma direção falha e pouco inspirada e ainda  têm o fato dos diretores utilizarem o estilo found footage que só afunda ainda mais a qualidade. No mas, o filme nem chega a ser decepcionante, pois não esperava nada. Não recomendo.


INSTAGRAM: EXPLOSÃO CEREBRAL

Título Original: The Dark Tapes

Ano de Lançamento: 2017

Direção: Vincent J. Guastini e Michael McQuown

Elenco: Cortney Palm, David Rountree, Matt Magnusson, Stephen Zimpel, Shawn Lockie, Jonathan Bive, Jo Galloway, Clint Keepin, Brittany Fisheli, Emilia Ares Zoryan, Aral Gribble, Anna Rose Moore, Katherine Shaw, Jake O'Connor, David Hull. 


Trailer:


Comentários

  1. Isso chegou a ser lançado no Brasil ? Não tinha ouvido falar desse filme, acho q só aqui no blog mesmo...

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    1. Não chegou a ser lançado aqui e provavelmente nunca chegará.

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  2. http://telaquentehd.com/dark-tapes-legendado/

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  3. A cara de pau da Amazon Prime nomear este filme ruim em seu catalogo como "As crônicas do medo 2"! Não tem nada a ver com a franquia V/H/S. Não é a primeira vez que o streaming engana seus assinantes com filmes de títulos falsos! Tem um "Pânico na floresta 2" que também é fake, entre outros, especialmente de terror. Decepcionante..

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