O mal é eterno...
Sinceramente não aguento mais filmes com casas mal assombradas, é sempre a mesma ladainha da família que é perturbada por alguma entidade fantasmagórica e daí surgem os clichês mais manjados como as manifestações se tornando cada vez mais intensas, o fato de ninguém acreditar nas pobres vítimas enfim, uma infinidade de situações e contextos que já não têm mais o que inovar, só que não!! Diabólico (ainda estou tentando entender esse título "nada a ver") apesar de mergulhado nos ditos clichês traz algumas novidades ao subgênero, mas não o bastante para torná-lo ótimo, bem longe disso.
Na trama, mais uma vez somos inseridos no cotidiano de uma família atormentada por fantasmas, sem ter para onde ir, a viúva Madison (Ali Larter) tenta a todo custo proteger seus dois filhos, o problemático e incompreendido Jacob (Max Rose) e a doce Haley (Chloe Perrin) que acreditam que as manifestações sejam do falecido marido/pai que com o tempo passou a desenvolver um comportamento violento. Apesar de já ter recorrido a policiais, padres e até caçadores de fantasmas, nenhuma solução foi encontrada.
Como alternativa ela decide aceitar a proposta de vender a casa para Austin (Patrick Fischler) representante de uma grande empresa do local, entretanto seus filhos adquirem alguma espécie de infecção/maldição do além que os impedem de sair da casa vivos. Como último recurso Madison pede ajuda ao namorado cientista Nikolai (Arjun Gupta) para descobrir uma maneira de acabar com esse sofrimento.
Cara!! O que me deixa com mais raiva do que simplesmente assistir um péssimo filme é ver um que tinha tanto potencial ser completamente desperdiçado, a história base é tão interessante que nas mãos certas poderia ser considerado uma obra-prima (ou as vezes não) no entanto, o roteiro é tão ridículo e superficial que prefere explorar caminhos básicos e convencionais, uma pena.
A direção vergonhosa é outro motivo que ajuda muito no resultado ruim. A produção foi a estreia do fraquíssimo Alistair Legrand que mais tarde se mostrou igualmente incompetente no horrível Clinical da Netflix. O cineasta não sabe criar sequências tensas ou qualquer situação que cause medo, algumas até que são boas, principalmente as envolvendo a entidade sem rosto, cujo trabalho de maquiagem está impecável, mas todas são bem limitadas. Aliás, o diretor abusa de efeitos especiais, são várias sequências desnecessárias que exigem tais recursos, o CGI não chega a ser ruim no nível Syfy, mas ainda assim são ruins. O que é aquilo daquela sequência chupada diretamente de A Hora do Pesadelo!!! Não tem o que comentar né!
O elenco acaba ficando prejudicado pela direção e pelo roteiro ruim, Ali Larter que é bastante conhecida no gênero, entrega uma atuação bem contida, vemos a atriz tentar dar alguma profundidade a personagem, mas é quase impossível sem um bom material para se apoiar. Ao menos o roteiro consegue criar uma explicação plausível para os personagens continuarem na casa, palmas!!
Outra grande façanha da narrativa é trazer um terceiro ato caótico, que coloca em cheque tudo que vemos, a explicação dos eventos são tão "WTF?" Que é quase impossível não ficar com aquele olhar pasmo e se perguntando "Mais o quê??!!", tipo! É muita loucura, loucura das boas. Os envolvidos com toda certeza fumaram um baseado, a reviravolta meio que explica algumas pontas soltas, no entanto, tudo é apresentado e jogado superficialmente, não há grandes diálogos ou explicações consistentes, mas no final das contas não deixa de ser interessante.
E após um plot twist bacana o roteiro ainda nos joga outro mais louco ainda que só vai "bungando" vagarosamente nossas doces e ingênuas mentes. A conclusão pouco ajuda, justamente por fechar a narrativa de forma implícita em que fica aberto para quem viu tirar suas próprias conclusões.
No geral, Diabólico é um filme de altos e baixos, com mais baixos do que altos. A trama central traz algo de interessante, mas a forma que resolveram explorá-la foi o grande erro, sem falar que a direção precária de Alistair Legrad consegue afundar ainda mais a narrativa, enfim uma infinidade de péssimas escolhas que fizeram desse filme decepcionante e esquecível. Recomendo só pela presença de Ali Larter. Fui...
INSTAGRAM: EXPLOSÃO CEREBRAL
Título Original: The Diabolical
Ano de Lançamento: 2015
Direção: Alistair Legrand
Elenco: Ali Larter, Arjun Gupta, Max Rose, Chloe Perrin, Merrin Dungey, Patrick Fischler, Kurt Carley, Wilmer Calderon, Laura Margolis.
Trailer:
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