Crítica | Aprisionados (2014)



A escuridão deve subir...


Aprisionados é uma produção irlandesa de 2014 que só conseguiu um lançamento aqui no Brasil direto em home vídeo agora em 2017. A direção fica a cargo do estreante Brian O'Malley, que graças a Deus faz um bom trabalho e entrega um filme violento e visceral.

Na trama acompanhamos o primeiro dia de trabalho da policial Rachel (Pollyanna McIntosh) numa cidadezinha do interior para onde acabou de ser transferida. Indo para o trabalho ela testemunha um acidente em que o jovem Caesar (Brian Vernel) atropela um homem misterioso (Liam Cunningham) que desaparece do local sem deixar rastros. Preocupada, ela tenta descobrir o que aconteceu com a vítima, no entanto, do nada ele aparece na delegacia com algumas escoriações e sem dar qualquer explicação.


E o que parecia ser o fim de uma noite típica vira do avesso quando o estranho homem começa persuadir e trazer à tona os segredos e a verdadeira natureza tanto dos presos como dos oficiais da policia. Nesse cenário caótico Rachel deverá lutar para manter sua integridade, mas como fazer isso quando todos as sua volta se revelam verdadeiros animais irracionais?!

É justamente nessa pegada "ninguém é o que aparenta ser" e "não há inocentes nessa história" que a narrativa se sustenta. O diretor foi eficaz e certeiro na sua forma de conduzir a história. Num primeiro momento ele se preocupa em nos inserir e conhecer um pouco de cada personagem para então reuni-los no grande palco da trama, a delegacia, onde a grande maioria das cenas são rodadas. Os personagens em si são bem explorados, todos estão ali por um motivo e são esses motivos que o roteiro desenvolve. Alguns deles são mais interessantes do que outros, o plot do médico e do delegado são os melhores e os que rendem as cenas mais impactantes.


Durante todo o primeiro ato e parte do segundo  Brian O'Malley constrói com categoria um clima tenso e agoniante, sabemos que alguma coisa não está certa e que a qualquer momento a situação sairá do controle. Os eventos que se desenrolam vão nos preparando para um verdadeiro banho de sangue regado com muita violência. 

Os destaques do elenco vão para Pollyanna McIntosh (A odiada Jadis de The Walking Dead) que entrega uma personagem forte e esperta e o fato de seu passado ser um tanto dramático ajuda a nos importar com ela. Já o veterano Liam  Cunningham tem uma performance mais contida e emblemática, sendo o catalisador dos eventos mostrado. Douglas Russell também ganha certo destaque, mas seu personagem em muitos momentos é exagerado e caricato ao extremo, porém sua entrada no melhor estilo "Rambo Serial Killer" é muito f**da.


CUIDADO SPOILERS A SEGUIR - A produção no geral apresenta um "que" de surreal e exagero, tipo, é muita coincidência tantos personagens de personalidade questionáveis estar no mesmo local, mesmo se tratando de uma delegacia, na minha concepção eles estão em uma espécie de purgatório onde receberão a justiça que merecem ou a oportunidade de se redimirem, o próprio personagem de Cunningham funciona como um justiceiro e ceifador de almas. Outro ponto que reforça essa teoria é o fato da história se passar em uma cidade, mas ninguém além dos personagens principais dá as caras, é como se eles estivessem isolados lá. FIM DOS SPOILERS.

Resumindo, Aprisionados é um bom filme, a história é envolvente, apesar de em muitos momentos soar um tanto forçados, mas as vezes é essa a intenção. Os personagens são bastante interessantes e aproveitados com decência. O diretor consegue manter um bom ritmo e o melhor de tudo entrega um terceiro ato violento e sangrento, do jeito que gosto, enfim, assistam.



Título Original: Let us Prey

Ano de Lançamento: 2014

Direção: Brian O'Malley

Elenco: Liam Cunningham, Pollyanna McIntosh, Bryan Larkin, Hanna Stanbridge, Douglas Russell, Niall Greig Fulton, Jonathan Watson, Brian Vernel.

Trailer:


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