Crítica | Sereia Predadora (2016)

Nenhum homem pode resistir a ela. Todos os homens deveriam...

Se existe algum filme que não boto fé são os que envolvem sereias. Não me lembro de assistir algum que gostasse e quando falo isso me refiro àqueles voltados para o terror. Sereia Predadora contrariando todas as minhas expectativas conseguiu me deixar curioso o suficiente para conferi-lo. Para quem não sabe a história foi baseada em um dos curtas da antologia V/H/S, que por sinal é um dos melhores,  entretanto indo contra todo o hype e os pontos a favor a produção consegue ser bem decepcionante.

Na trama Jonah (Chase Williamson) está prestes a se casar com a mulher de sua vida. Mac (Michael Aaron Milligan) seu irmão mais velho resolve providenciar uma despedida de solteiro a fim de anima-lo para o grande dia, então os dois irmãos e mais dois amigos, Rand (Hayes Mercure) e Elliott (Randy McDowell) partem à procura de diversão. Em uma boate o grupo acaba conhecendo um homem estranho que diz existir um lugar mais interessante para eles passarem a noite, não demora muito para o quarteto cair em tentação e ir para o tal local.

Chegando lá eles são recepcionados pelo excêntrico Mr. Nyx (Justin Welborn) que promete ao grupo uma experiência inesquecível. No entanto, a noite toma rumos catastróficos quando Jonah passa a acreditar que a jovem Lily (Hannah Fierman) está sendo mantida presa contra sua vontade e numa tentativa de salvá-la ele a resgata, porém não demora muito para ele descobrir que Lily não tão inocente como ele acreditava.

O roteiro traz vários conceitos interessantes a seu favor, mas acredito que não houve um acabamento  decente na questões levantadas e várias delas ou não são explicadas e quando são não têm como pensar em diversas outras perguntas. O primeiro grande mistério envolve a antagonista da película que está longe de ser uma sereia que estamos acostumados a ver, das suas primas aquáticas ela só herdou  o lance do canto que deixam os marmanjos em uma espécie de transe, de resto não há qualquer outra semelhança com estas criaturas fascinantes, até na aparência ela nos lembra mais um demônio do que uma sereia.

O tal local secreto é outra ponto repleto de mistérios, vários conceitos inseridos na narrativa são interessantíssimos, tipo!! Aquela questão das bebidas com as sanguessugas é doideira pura, sendo curiosamente o que mais me chamou a atenção, só esperava que houvesse um maior desenvolvimento que certamente não ocorre, têm determinada cena (Medusa mandou um oi!!!) que fiquei tipo WTF? Aliás, são várias situações estranhíssimas que o roteiro aborda e a pior delas fica por conta de uma sequência de sexo nada convencional (vergonha alheia define!!).

O elenco é bem irregular, vale a pena destacar Hannah Fierman, que também participou do curta em que o filme foi baseado fazendo o mesmo papel. Chase Williamson (O Hóspede) também está ok. O restante não faz nada além do convencional. A direção de Greff Bishop (Dance of the Dead e V/H/S - Viral) é bem irregular, isto acaba sendo explicado pelas limitações do orçamento que impedem que algumas sequências sejam alongadas. Senti falta de boas mortes, acontecem várias, mas nenhuma que impacte ou que mostre o verdadeiro potencial da vilã que certamente poderia render cenas memoráveis.

Já na questão do desing da criatura confesso que gostei, achei tudo bem feitinho, a aparência choca por ser grotesca e ao mesmo tempo perturbadora, no entanto mais uma vez o diretor não usa isso a seu favor, algumas cenas são boas como a do pântano, mas são poucas as que exploram o potencial dela com êxito e isso com o tempo se torna frustrante, ao menos na conclusão há alguma redenção, muitos se pegarão lembrando de Olhos Famintos.

No geral, Seria Predadora não consegue entregar um bom filme, ele tem sim pontos positivos e interessantes que deveriam ter sido trabalhados com mais cuidado, mas muita coisa é desperdiçada e explorada porcamente. Ele acaba entrando naquela lista de filmes feitos para entreter por um breve momento quando não se têm nada, absolutamente nada melhor para ver. Enfim, mediano.

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Título Original: SiREN

Ano de Lançamento: 2016

Direção: Gregg Bishop

Elenco: Chase Williamson, Hannah Fierman, Justin Welborn, Hayes Mercure, Michael Aaron Milligan, Brittany S. Hall, Randy McDowell, Lindsey Garrett.

Trailer: