Crítica | Como Eu Morro (2016)



Saber o seu destino é um verdadeiro assassino...


Quando as primeiras notícias sobre Tell Me How I Die saíram anunciado que a premissa seria uma espécie de Premonição misturado com ficção-científica meu hype instantaneamente subiu nas alturas, justamente por ser um grande fã da franquia. A sinopse de fato trazia um tema interessante, porém, para minha surpresa e decepção o filme é mais do mesmo. Ressalvado o lance das visões o resto não lembra em nada a franquia Premonição. Infelizmente o que vemos em tela é um produto genérico, sem ousadia e repleto de clichês.

Na trama, um grupo de estudantes universitários resolve fazer parte de um experimento científico envolvendo um remédio capaz de desenvolver a memória em um nível descomunal. Reclusos em um laboratório para serem observados de perto cada um dos estudantes recebe a dose do tal remédio. Entretanto, logo alguns deles começam a ter efeitos colaterais, basicamente eles começam a ter pequenos vislumbres do futuro. 


No entanto, a situação sai do controle quando uma das pacientes prevê que todos os jovens irão morrer no local. Não demora muito para o grupo perceber que tem alguém causando as mortes e que o responsável tem a mesma habilidade de prever o futuro. Impedidos de sair do complexo devido a uma nevasca e sem qualquer comunicação com o mundo exterior, o grupo deverá se unir e encontrar uma maneira de mudar o futuro nada animador.

Não posso negar que a ideia de colocar pessoas que conseguem ver seu próprio destino inclusive sua própria morte e ainda inserir um assassino que tenha o mesmo dom, não seja algo chamativo e curioso. O enredo de fato é interessante e as melhores cenas são logo no início quando os estudantes começam a perceber que conseguem prever o futuro, neste ponto o roteiro poderia seguir para diversas direções, mas sua escolha é o caminho mais óbvio e básico e isso meus caros são os requisitos essenciais parar soterrar qualquer ideia minimamente boa.


Os personagens são uma piada a parte, cada qual mais estereotipado do que o outro temos Anna (Virginia Gardner) a mocinha com pseudos problemas que ninguém liga, Den (Nathan Kress) o galã bom moço e salvador da pátria, Kristen (Kirby Bliss Blanton) a loira chata e superficial, Scratch (Ryan Higa) o asiático engraçadinho e sabichão e por fim, mas não menos idiota Marcus (Mark Furze) o gostosão otário. Todos tem um desenvolvimento superficial e as atuações são bem medianas, não consegui simpatizar com nenhum deles, o que é preocupante.

O roteiro já sendo uma m*rda, o diretor D.J. Viola pelo menos poderia aproveitar e entreter o espectador com boas sequências de mortes, já que a história flerta com os slashers, contudo por mais que o cineasta tenha a oportunidade de chocar e ousar as cenas são fraquíssimas. O primeiro erro foi eliminar metade do elenco de apoio de uma vez só, cara pra que isso!! Pior que a construção da cena é tão ridícula e preguiçosa que  nem chega a impactar. Depois disto só nos resta ver os cinco principais sobreviventes encontrarem seus destinos, porém mais uma vez o diretor mostra sua incompetência em criar tensão e mortes elaboradas, a única que quase consegue ser boa é cena do arame farpado, que só não é boa o bastante devido a direção precária de Viola e por não ter uma finalização clara.


Outro aspecto que incomoda são as visões, tipo!! Pra que colocar isso no roteiro se não vai ser bem explorado, numa analise geral elas prejudicam mais os personagens do que ajudam. O mais engraçado é que elas não impedem as "toupeiras"  de tomarem decisões idiotas como a de se separar mesmo sabendo que tem alguém está querendo te matar ou simplesmente ir para o lugar em que sabe que o assassino está (!), só pode ser "zueira"!! Não tem lógica.

O antagonista, ou melhor dizendo os antagonistas são pífios e irritantes, o tal médico responsável pelos remédios é tão dispensável que a própria trama esquece dele. Já o assassino não poderia ser mais convencional, suas motivações são uma b*sta e conveniente para o roteiro. Não esperem um terceiro ato épico, ele consegue ser a parte mais fraca do filme, a luta final é chata e sem um pingo de tensão e o desfecho dos personagens, bem, prefiro nem comentar.


Enfim, Como Eu Morro é um produto completamente equivocado e totalmente genérico, como ficção ele é uma piada de muito mau gosto e como slasher ele fica devendo em muitos, muitos aspectos. No final das contas poderá agradar um ou outro que não seja tão exigente, para mim é um filme péssimo, que afunda principalmente pelo roteiro deturpado, pela direção escrota e ainda por não conseguir nem a façanha de entreter. Um lixo de produção. Corram...



Título Original: Tell Me How I Die

Ano de Lançamento: 2016

Direção: D.J. Viola

Elenco: Nathan Kress, Vierginia Gardner, Kirby Bliss Blanton, Ryan Higa, Mark Furze, Ethan Peck, William Mapother, Mark Rolston. 

Trailer:



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