Crítica | A Cura (2017)



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O diretor Gore Verbinski já mostrou que sabe fazer filmes dramáticos e ao mesmo tempo tensos, o remake de O Chamado (Crítica) não me deixa mentir, sendo até então o seu único longa-metragem no gênero. A partir dai sua carreira se voltou para produções grandiosas, entre elas os três primeiros filmes da franquia Piratas do Caribeentretanto, depois do fracasso de críticas e bilheterias do mediano O Cavaleiro Solitário, Verbinski saiu dos holofotes por algum tempo só retornando em 2016 com o suspense dramático A Cura, lançado no início de 2017 nos cinemas brasileiros.

Na trama, Lockhart (Dane DeHaan) é um empresário com um futuro brilhante, entretanto, a empresa em que ele trabalha está passando por um processo de fusão com outra empresa para ampliar os negócios, no entanto, para tal ação vingar é necessária a permissão do Sr. Pembroke (Harry Groener), dono da empresa que está numa espécie de retiro na Suécia. Lockhart então é escolhido pelos conselheiros da corporação e é enviado para Suécia com o objetivo de trazer Pembroke de volta por alguns dias até que o negócio seja concluído.
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Chegando lá, o executivo se depara com um enorme castelo, cujos residentes são na sua grande maioria pessoas idosas "podres de ricas" que vão para o local à procura de descanso, lazer e uma oportunidade de curar os males da alma. Lockhart, no entanto, se envolve em um acidente de carro onde acaba ferindo a perna. Dr. Volmer (Jason Isaacs), o responsável pelo lugar, explica a ele os benefícios do spa e que sua única opção é ficar lá para receber o tratamento necessário para então se recuperar. Porém, não demora muito para o rapaz perceber que o lugar guarda segredos obscuros o que o leva a uma investigação sobre o que de fato acontece ali.

Sabe aquele tipo de premissa em que determinado personagem vai para algum lugar aparentemente normal, mas depois de algumas investigações descobre que no final das contas o local não tem nada de comum? Pois é, basicamente é essa ideia de A Cura e isso é ruim? Absolutamente não, desde que, é claro, seja bem trabalhado, o que é exatamente o caso dessa produção. A trama é envolvente e incomum, não esperem o suspense básico e compacto estilo Supercine. O roteiro é mais profundo do que isso, na verdade a produção inteira tem um charme a mais.


Bom, já aviso que a narrativa é extremamente arrastada se alongando durante duas horas e meia de projeção, algo incomum para filmes do gênero. Verbinski não preocupa em assustar o público, longe disso, a trama se sustenta na maior parte das vezes na construção do suspense e da tensão, caminho contrário adotado por produções caça-niqueis e seus famosos jumpscare, além disso, o roteiro investe pesado em um ar mais melancólico e dramático. O plot de investigação instiga nossa curiosidade e consequentemente a continuar assistindo, o interessante é que as informações vão sendo jogadas aos poucos e quando juntas resolvem ou nos leva a crer que os mistérios foram resolvidos.

O lance daqueles peixes/enguias também garantem várias sequências de tirar o fôlego, até agora estou tentando me recuperar daquela cena em que um personagem é obrigado a engoli-las (argh!!). Dos personagens  o destaque vai para Dane Dehaan que dá vida ao executivo ambicioso Lockhart, seu desempenho é magnifico e essencial para o resultado final, gostei bastante do personagem principalmente por ele ter uma áurea sarcástica e cética, meio que sendo os seus mecanismos de defesa para suportar o passado trágico. A misteriosa Hannah (intepretada pela desconhecida Mia Goth) traz aquele ar de inocência e fragilidade. Já Jason Isaacs, traz um médico envolto de segredos e capaz de tudo para manter seus ideais vivos.


É necessário elogiar toda a parte técnica impecável da produção, as paisagens, os enquadramentos, os cenários dão ao filme uma estética deslumbrante e peculiar, casando perfeitamente com a proposta incomum da narrativa. É até engraçado, pois mesmo se passando nos dias atuais a história tem todo aquele clima de época.

No final das contas, A Cura não é um filme para qualquer um, poucos irão realmente apreciar seu estilo peculiar principalmente por ter uma duração longa e um ritmo bastante lento, no entanto, a trama é interessante e apresenta conceitos curiosos. A narrativa é bem conduzida e os personagens são bem trabalhados, porém o que chama a atenção é todo o visual e estética perfeccionistas de Verbinski, simplesmente deslumbrante. O terceiro ato ainda guarda algumas surpresas meio "no sense", mas curti. Enfim, assistam... 


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Título Original: A Cure For Wellness

Ano de Lançamento: 2016

Direção: Gore Verbinski

Elenco: Dane DeHaan, Jason Isaacs, Mia Goth, Ivo Nandi, Adrian Schiller, Celia Imrie, Harry Groener, Tomas Norstrom.

Trailer:


Comentários

  1. o filme tem um suspense interessantíssimo porém acho q se perdeu um pouco no meio da história e na conclusão final, quem presta atenção nota algumas contradições na história e varias coisas q não ficam esclarecidas , a começar pelo veado participando do mistério todo no inicio e no fim das contas tinha nada a ver (entre outras, q ñ citarei pra nao dar spoiler) .
    Suspense forçado tambem deixa o filme ruim

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    1. Concordo com tudo que disse. Agradeço por deixar sua opinião!!

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