SINOPSE: Um grupo de turistas espanhóis vão para Veneza a procura de diversão e aproveitar o carnaval, chegando lá eles se deparam com habitantes hostis, porém ignorando qualquer traço de perigo o quinteto parte para a farra se entremeando nas misteriosas ruas de Veneza até que um deles desaparece iniciando uma busca pela cidade do seu paradeiro. Logo eles percebem que os mistérios vão além do sumiço do amigo e que todos estão na mira de pessoas perigosas dispostas a fazer o que for em nome de uma causa maior: a expulsão dos turistas de Veneza.
CONSIDERAÇÕES:
É bom começar a análise desse filme dizendo que ele é dirigido pelo espanhol Álex de la Iglesia (responsável pela direção de O Bar e As Bruxas de Zugarramurdi), mas porque dizer isso? Pelo fato dele ter um estilo bem peculiar de conduzir suas narrativas, é diferenciado, se isso é bom ou não vai depender do ponto de vista de cada um.
A trama logo de início impacta por nos inserir num cenário caótico de turistas chegando numa Veneza hostil. É tudo tão excêntrico, caricato e barulhento que incomoda. Os diálogos verborrágicos, as expressões, a forma como eles são tratados é tão estranho, só não é mais estranho o fato de não haver uma reflexão por parte dos personagens sobre essas situações. Não sei se é intencional mas pelo que li sobre o diretor tudo me leva a crer que sim. O grupo de amigos nesse ponto se comportam exclusivamente como idiotas bem no estilo besteirol americano, reforçando ainda mais o estereótipo e o ódio dos habitantes locais por essa "espécie".
Até então o roteiro nos leva a crer que estamos diante de um slasher meio que misturado com O Albergue, mas conforme os eventos vão acontecendo percebemos que a história aqui é muito mais que um mero assassino mascarado em busca de turistas desavisados. E é justamente aqui, ao meu ver, o erro da produção, pois fica nítido que o diretor que também é um dos roteiristas quis abraçar tudo ao mesmo tempo. É uma trama de slasher, mas também de investigação, além de ter todo um lance politico e por ai vai...Curioso é que nenhum desses elementos acaba sendo bem trabalhado, temos esse amontoado de plots, inclusive a inserção de personagens no meio da trama que vai sobrecarregado ainda mais a história. E conforme essas tramas vão se costurando percebemos(ai já é tarde demais) que nenhuma delas chega de fato a um ápice.
O mais triste disso é ver tanto potencial sendo jogado fora, a premissa é interessante, as questões abordadas são ótimas, e o diretor já tinha a seu favor um cenário incrível que é a cidade de Veneza, os figurinos também são excelentes e toda a vibe da produção é muito bem construído. As poucas cenas de mortes são bem empolgantes, destaque para a morte no teatro. Quantos aos vilões, bom, fica aqui a decepção, figurinos incríveis mais a construção e personalidade são ridículas, pior que isso é só a forma de matar totalmente as claras achando que o público vai engolir uma imbecilidade dessa. O roteiro basicamente trata o espectador como idiota.
Também vale muito a pena elogiar a trilha sonora enérgica e estridente e a excelente abertura que remete a produções dos anos 70.
CONCLUSÃO:
Apesar de uma ideia base extremamente interessante Encurralados em Veneza é um projeto de personalidade, esteticamente e tecnicamente impecável, para o bem ou para o mal o diretor entrega uma trama estilosa, mas seu excesso de excentricidade e esquisitices aliados aos péssimos vilões, personagens chatos e um roteiro bagunçado trás um sentimento de decepção. Uma pena.
INSTRAGAM: EXPLOSÃO CEREBRAL
Título Original: Veneciafrenia
Ano de Lançamento: 2021
Diretor: Álex de la Iglesia
Elenco: Ingrid García Jonsson, Silvia Alonso, Goize Blanco, Nicolás Illoro, Alberto Bang, Enrico Lo Verso, Cosimo Fusco, Caterina Murino, Armando de Razza, Nico Romero.
Trailer:
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