Crítica | 24 Horas Para Sobreviver (2011)


Lute. Ou Morra...


Apesar do tema apocalipse zumbi estar em alta nem sempre eles são os responsáveis pela destruição universal, vez ou outra alguns roteiros trazem circunstâncias mais criveis, como a própria humanidade sendo diretamente responsável pela decadência mundial. Seguindo esse estilo lhes apresento 24 Horas para Sobreviver, uma produção independente lançada em 2011.

A narrativa se passa num cenário de destruição da raça humana. Nele conhecemos um grupo de cinco pessoas, entre eles o amargurado Adam (Shawn Ashmore de Pânico na Neve), a misteriosa e calada Mary (Asley Bell do péssimo O Último Exorcismo), o casal Rick (Dominic Monaghan do ótimo Enjaulada) e Shannon (Shannyn Sossamon do remake Uma Chamada Perdida) e Henson (Cory Hardrict do mediano Meu Namorado é um Zumbi) que estão numa jornada pela sobrevivência tentando achar um local seguro para se abrigar e chamar de lar. 


Depois de dias caminhando eles resolvem fazer uma pausa em uma casa abandonada e isolada, entretanto, na busca por suprimentos eles acabam acionando uma alarme e logo eles concluem que o local é uma armadilha. Sem ter para onde correr a única opção do grupo é ficar e enfrentar os responsáveis pela armadilha. Agora os cincos deverão se unir mais do que nunca  e tentar sobreviver a um grupo de canibais à procura de comida.

Com uma ar extremamente melancólico, o roteiro acerta em cheio em focar nas interações dos personagens, nesses diálogos conhecemos um pouco mais do passado de cada um e vislumbramos o quanto essa nova realidade afetou os sobreviventes. Todos têm a sua chance de brilhar, nenhum personagem é jogado para segundo plano, inclusive as atuações estão muito boas, mas tenho que ressaltar a performance magnífica de Ashely Bell, que basicamente carrega o filme nas costas, sua personagem é poderosa e badass enfim, "a dona da p*rra toda".


Mesmo seguindo essa linha mais dramática a produção nos proporcionam alguns momentos de ação repleto de violência explicita, claro!! São cenas limitadas justamente por se tratar de uma produção independente, mas achei tudo bem feitinho e aceitável. Acredito que muitos torcerão nariz pelo uso excessivo de computação gráfica nas mortes, e até entendo e de fato é desnecessário em algumas sequências, mas não chega a tirar a qualidade e afetar no resultado final.

Outro grande acerto do diretor Douglas Aarniokoski foi optar por uma fotografia sem vida com paletas acinzentadas que caem perfeitamente na proposta da narrativa além de deixar o clima mais pesado, gélido, sombrio e melancólico, no entanto em sequências que ocorrem à noite como a do embate entre os canibais e os sobreviventes a fotografia é tão escura que prejudica numa visualização nítida dos acontecimentos.


Os vilões são outro ponto bastante negativo da trama. Canibais quando bem desenvolvidos rendem grandes antagonistas, porém aqui eles são desperdiçados, o líder está longe de passar a sensação de perigo, pelo contrário suas atitudes são um tanto questionáveis quando o assunto é eliminar seus adversários, pior que eles subaproveitam o excelente Michael Eklund (Noite do Terror 2 e Chamada de Emergência), com um personagem sem carisma ou qualquer desenvolvimento mais profundo, uma pena. É bom deixar claro que o roteiro em nenhum momento se preocupa em explicar o que de fato aconteceu com a humanidade, então não esperem por qualquer coisa nesse sentido.

No mas, 24 Horas para Sobreviver é um filme que traz com competência o que se propôs a fazer. É um filme contido e com claras limitações, mas comprei e gostei da ideia, principalmente dessa "pegada" mais dramática e melancólica contrastada com uma violência crua e gráfica. O roteiro dá uma derrapada com os antagonistas e com uma ou outra cena, mas nada que o torne ruim. Enfim, recomendo.



Título Original: The Day

Ano de Lançamento: 2011

Direção: Douglas Aarniokoski

Elenco: Shawn Ashmore, Ashley Bell, Michael Eklund, Cory Hardrict, Dominic Monaghan, Shannyn Sossamon.

Trailer:


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