Crítica | Mal Intencionados (2015)

Neste halloween o inferno vem batendo...

Considerado uma das grandes apostas de 2015 essa produção dirigida pelo até então desconhecido (ao menos por mim) Bruce McDonald,  tenta misturar o subgênero home invasion com halloween e ainda introduzindo elementos sobrenaturais. O resultado? Bom, poderia ter saído um excelente filme disso tudo, mas não é isso que vemos em tela.  Em vez de focar em uma trama simples de invasão domiciliar, o roteiro de Pascal Trottier (responsável pelo mediano A Colônia e a antologia A Christmas Horror Story) tenta ser maior do que realmente é, sendo esse seu maior erro.

A história nos apresenta Dora Vogel (Chloe Rose), uma adolescente de 17 anos que descobre no dia do halloween que está grávida do seu namorado Jace (Luke Bilyk), confusa e sem saber o que fazer Dora começa a ter visões estranhas com sua gravidez. Para refrescar a cabeça ela resolve ir a uma festa, porém enquanto espera seu namorado chegar ela passa a ser atormentada por algumas crianças que mais tarde se revelam hostis. Agora, Dora deverá lutar por sua sobrevivência e achar uma maneira de proteger seu filho dessa ameaça estranha.

Mal Intencionados não chega a ser ruim por completo. A construção do primeiro ato é bem eficiente, nos sensibilizamos com a condição de Dora, uma gravidez indesejada e ainda na adolescência não deve ser fácil de processar, isso acaba ajudando na empatia com a personagem. Outro ponto interessante da trama é o plot de invasão domiciliar que fica muito bem colocada na história. A direção nesse caso ajuda bastante, nos entregando um ritmo bacana, inclusive com algumas cenas tensas.

Os antagonistas também são outro ponto fortíssimo da película, trazer crianças diabólicas perseguindo uma mulher indefesa é sensacional, o que ajuda muito na construção da tensão são as fantasias super sinistras que eles vestem. O espantalho, o cabeça de balde (!!) e a boneca são os melhores e isso aliado a uma trilha sonora macabra que trás um coral de crianças cantando uma melodia sinistra deixam as cenas inquietantes. A fotografia também chama a atenção pois em determinado ponto da trama, especificamente quando a protagonista começa a ser perturbada pelos demônios mirins, ela ganha um tom rosado, fato esse explicado por estar acontecendo o fenômeno da "lua de sangue". Isso acaba dando um charme a produção, mas nada o suficiente para a torná-la eficiente.

E o que poderia ser um ótimo exemplar de home invasion começa a apresentar sinais de devaneios, parece que em determinado ponto da trama os roteiristas resolveram dar aquela paradinha para refrescar a memória e fumar uma só para relaxar e ajudar na imaginação, porque não consigo ver outra explicação. O rumo que a história segue é tão louca e absurda que nem parece o mesmo filme. Estou tentando entender até agora a necessidade de colocar um jardim de abóboras explodindo, que por sinal ficou muito mal feito. Isso é pra não falar da última cena que têm somente aquele único objetivo maldito de te fazer pensar e "bugar" tudo o que acabou de ver. Desculpem-me, mas que p@#%!rra é aquela?

Enfim, Mal Intencionados antes fosse apenas um thriller básico, talvez séria muito melhor e mais aproveitável. Entretanto, o roteiro tenta brincar e surpreender o telespectador com uma trama mais complexa, utilizando de metáforas e ilusão. Não seria ruim se ao menos fosse bem explorado, o que não é o caso. No final das contas ficamos com aquela sensação horrível de tempo perdido, que é basicamente o que ela faz. 

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Título Original: Hellions

Ano de Lançamento: 2015

Direção: Bruce McDonald

Elenco: Chloe Rose, Robert Patrick, Rossif Sutherland, Rachel Wilson, Peter DaCunha, Luke Bilyk.

Trailer: