Crítica | Hipersomnia (2016)



O medo é real...


Não é todo dia que nos deparamos com filmes de terror produzidos pelos nossos vizinhos argentinos. Com as expectativas lá embaixo, sinceramente não esperava nada de Hipersomnia que felizmente apesar de alguns problemas se sai melhor que a encomenda e nos mostra mais uma vez que não é só hollywood a detentora das boas ideias.

Na narrativa, Milena (Yamila Saud) é uma jovem que sonha em ser atriz. Certo dia ela conhece um diretor excêntrico que está procurando uma protagonista para sua nova peça. Milena vê nisso a oportunidade de realizar seu grande sonho e acaba concordando com os métodos nada convencionais do diretor. No entanto, conforme vai lendo o script e se preparando nos ensaios Milena é meio que transportada para uma "realidade paralela" no qual passa a ser conhecida como Laly uma garota que foi sequestrada e feita de prisioneira num cativeiro com outras meninas que são obrigadas a se prostituirem. Com o tempo essas espécies de visões começam a perturbar Milena que acredita ser algo fruto do estresse e da peça que curiosamente aborda o mesmo tema. Mas, será que é apenas um sonho?


A ideia do roteiro é magnifica isso não tem como negar, a forma como as coisas vão sendo colocadas é sensacional, confesso que no início dá aquela sensação de não estar entendendo nada, mas não demora para compreender a dinâmica da trama que aliás prende de uma forma incrível. As transições de um plot para o outro é feito de forma magistral e o diretor tem a esperteza de jogar algumas informações que nos leva a se perguntar qual a verdadeira realidade, tipo!! O que é sonho e o que é ficção? Eu pelo menos em vários momentos fiquei me perguntando isso.

A direção de Gabriel Grieco é muito boa, o cara sabe construir cenas tensas e entrega um ritmo bacana que em nenhum momento chega dar a sensação de monotonia. O plot envolvendo as garotas sequestradas é o que mais agrada, justamente por ter as melhores cenas.  Há todo um suspense legalzinho envolvendo o tal do "Jardineiro", um cara que tortura as garotas por prazer e o seu "Quarto Vermelho" (Cinquenta Tons de Cinza mandou um oi!!) que é até interessante. A caracterização do personagem é muito boa e seus métodos são bem exóticos, só acho que ele poderia ter sido mais aproveitado.


Dentre os pontos negativos, o que mais incomodou foi o elenco, principalmente a protagonista que apesar de carismática sofre pelo péssimo desempenho da atriz Yamila Saud. O restante não faz nada além do trivial. Em certos momentos o roteiro bagunça demais a trama e perde bastante o foco, mas ganha muitos pontos por apresentar uma reviravolta curiosa e bem sacada em torno das realidades, mas ainda fico me perguntando qual o lance da hipersonia nisso tudo que é pincelado rapidamente pelo roteiro.

O desfecho também fica bem aquém do esperado, aguardava algo mais épico, mas entendo que a produção têm seus limites então não se pode exigir muito, mas não posso deixar de criticar o plot twist  ridículo envolvendo "O Jardineiro" que é tão manjado e previsível que provavelmente não pegará ninguém de surpresa.


No geral Hipersomnia surpreende por trazer uma trama interessante e uma produção de boa qualidade em se tratando de cinema sul americano que não têm tanto reconhecimento. Talvez com um acabamento melhor o filme pudesse se torna um clássico, mas num todo é um ótimo entretenimento. Para quem não sabe o filme está disponível no catálogo da Netflix, então fica aí a dica. Recomendado.


INSTAGRAM: EXPLOSÃO CEREBRAL

Título Original: Hipersomnia

Ano de Lançamento: 2016

Direção: Gabriel Grieco

Elenco: Yamila Saud, Gerardo Romano, Jimena Barón, Vanesa González, Candela Vetrano, Florencia Torrente, Nazareno Casero, Sofía Gala, Gustavo Garzón, Belén Chavanne, Peter Lanzani. 

Trailer:




Comentários

  1. Formado em cinema, querido?
    Ou foi eudeusamento a "enlatados americanos"...

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    Respostas
    1. Não! kkkkkk sem formação alguma em cinema!
      Estou aqui apenas para expressar minha opinião!
      Algo informal e sem qualquer interesse.
      Obrigado pela participação.

      Excluir

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