Crítica | Be Afraid (2017)



Você os viu....


Be Afraid é uma produção independente lançada no início do ano, sendo dirigido pelo até então desconhecido Drew Gabreski e tendo o roteiro assinado por Gerald Nott. A narrativa apesar de não trazer nenhuma novidade ao estilo casa mal assombrada, consegue até certo ponto apresentar algumas questões interessantes e entregar um enredo simples e quase certeiro. Está longe de ser uma obra-prima, mas a produção no geral tem lá o seu valor, isso visto pela perspectiva de pessoas otimistas é claro.

Na trama,  John (Brian Krause) e sua família se mudam para uma pequena e pacata cidade do interior da Pensilvânia. Com todos instalados e tentando se adaptar a nova rotina, John descobre que a cidade tem um histórico preocupante de crianças desaparecidas que dificilmente são localizadas. Com o passar dos dias seu filho Nathan (Michael Leone) começa ter pesadelos com uma figura sinistra que se esconde nas sombras e que está atormentando o pobre garoto noite após noite. John acredita que tal situação é apenas a imaginação de Nathan, no entanto, depois de ter algumas experiências perturbadoras com a paralisia do sono John começa a acreditar que possam estar sendo alvos de alguma entidade sobrenatural. Agora ele deverá correr contra o tempo para desvendar os mistérios dessa pequena cidade antes que seja tarde demais.


Numa análise geral, Be Afraid têm muito pouco a oferecer. No que se refere aos dramas, personagens e desenvolvimento achei tudo bem feitinho. As subtramas envolvendo a esposa enfrentando uma gravidez complicada e o lance do filho rebelde que precisa amadurecer são bem trabalhados pelo roteiro. Outra subtrama que agrada é toda a situação da família Booth que vem sofrendo com o desaparecimento da pequena Emms, que de certa forma nos introduz e prepara o terreno para os eventos que irão assolar a família de John.

A direção do pouco conhecido Drew Gabreski não é espetacular, mas o cineasta sabe criar um bom clima de suspense, boas sequências de tensão e uma atmosfera densa, porém, seu maior deslize acabam ocorrendo nos momentos chaves da premissa onde ele simplesmente erra a mão nos enquadramentos o que acaba tirando toda a tensão das cenas, um exemplo disso são as cenas que ocorrem no interior do túnel que tinham tudo para ser excepcionais, mas as filmagens com aspecto armador e com enquadramentos desfocados tiram qualquer impacto dessas sequências. Isso também interfere no próprio terceiro ato que é de longe a pior parte do filme, não há clímax e tudo se resolve fácil demais, neste ponto o filme fica muito a desejar.


Tirando esses problemas, de um modo geral toda a questão envolvendo o desaparecimento das crianças e as próprias criaturas são o suficiente para manter o espectador curioso e apreensivo pelo que esta por vir. O lance da paralisia do sono também traz situações interessantes e algumas boas cenas como o da banheira que coloca no chinelo Sono Mortal (Crítica), que curiosamente aborda esse mesmo tema só que de forma chata e broxante. As criaturas estão bem caracterizadas e conseguem transmitir certo desespero, no entanto, tenho que deixar minha insatisfação quanto as explicações, pois a história termina exatamente da mesma forma que começou, com várias perguntas e nenhuma resposta. Que cargas d'àguas aqueles monstros fazem com as crianças? Eles são o que? Aliens? Para piorar tudo ainda tem o lance da última cena que até pode responder algumas perguntas, mas sinceramente não consegui compreender, então se alguém tem alguma teoria por favor compartilhe!! 

Enfim, não achei Be Afraid um completo desperdiço, ele tem sim questões interessantes e um suspense bem trabalhado, talvez com um roteiro mais afiado e que pelo menos se preocupasse em trazer algumas respostas e uma direção mais firme poderiam elevar significativamente a qualidade dessa produção, mas no geral, é um bom filme, que apresenta uma trama curiosa, boas atuações e um clima tenso.



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Título Original: Be Afraid

Ano de Lançamento: 2017

Direção: Drew Gabreski

Elenco: Brian Krause, Jaimi Paige, Louis Herthum, Jared Abrahamson, Michele Hurd, Michael Leone, Noell Coet, Callie Thorne, Kevin Grevioux.

Trailer:




Comentários

  1. TB não entendi o final. Ele virou um deles?

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  2. Filme muito bom porém deixará algumas dúvidas no final, mas mesmo assim vale a pena.

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    1. Tbm achei bem interessante mas o final deixa muitas pontas soltas.

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